Impactos da COVID 19 na Gestão dos Negócios

A rápida propagação da COVID-19 resultou não apenas em uma crise de saúde, mas também em um cenário de grave impacto econômico, exigindo respostas rápidas dos gestores para todas as suas partes interessadas.
Para entender como as empresas reagiram nos momentos iniciais da pandemia a NBS realizou em abril uma pesquisa junto a executivos de 240 empresas onde foram identificados dois grandes grupos de respostas estratégicas. Um primeiro grupo voltado para as ações imediatas, como a proteção dos colaboradores e a disponibilização de tecnologia para trabalho remoto, seguido do segundo grupo de ações voltados basicamente a avaliar, compreender e minimizar os impactos nos negócios a longo prazo.
AS AÇÕES IMEDIATAS
45% das empresas pesquisadas conseguiram mover suas atividades administrativas para uma situação totalmente remota e 41,3% em uma mistura entre parte remota e parte no escritório.

A rapidez com que a maioria das empresas conseguiu implementar soluções de home-office é um ponto bastante positivo. Porém, apenas disponibilizar tecnologia não é suficiente. Alessandro Santiago, Diretor da NBS alerta que é preciso que os gestores avaliem as implicações culturais e técnicas destas ferramentas, identificando aquelas que melhor se adaptam a cada situação de forma a assegurar a existência de um alinhamento dentro das empresas. Para isso, se faz necessário comunicar de forma organizada protocolos de comunicação que considerem horários, linguagem, registros e boas práticas de segurança da informação.
O Diretor Humberto Ribeiro, da área de Finanças Corporativas da NBS, destacou a importância dos Planos de Contingência para lidar com um cenário potencialmente adverso. Na pesquisa da NBS foi constatado que 77% das empresas já apresentam redução de faturamento, que 71,3% já sentem impactos nos negócios e aproximadamente 53% já enfrentam problemas de fluxo de caixa.


Os planos de contingência devem ser abrangentes e considerar estratégias para lidar com a eventualidade de colaboradores doentes, com problemas junto a fornecedores estratégicos, com a gestão econômica e financeira e com as alterações dos níveis de produção. Ações como aproveitamento de férias e remanejamento de colaboradores pode ajudar neste momento e devem ter seus impactos considerados. De fato, essa movimentação foi identificada na pesquisa da NBS onde mais de 50% das empresas tiveram seus níveis de produção reduzidos, 25% efetuaram demissões e 41% colocaram parte da força de trabalho em férias.


OS IMPACTOS NOS NEGÓCIOS A LONGO PRAZO
Os empresários pesquisados apresentam-se pessimistas com os desdobramentos econômicos, principalmente porque ainda faltam informações consistentes sobre a pandemia nos próximos meses. Imaginando que as ações de quarentena sejam postergadas até o fim de maio de 2020, 45% das empresas acreditam ser forçadas a demitir colaboradores e 6,3% avaliam a possibilidade de paralisar as operações.

Algumas regiões do país planejam a retomada das atividades econômicas já a partir de 10 de maio, o que pode eventualmente ajudar a melhorar as expetativas. 52% das empresas pesquisadas acreditam que o pós pandemia irá afetar pouco seus negócios, oscilando entre otimistas e moderadas, em contraponto aos 47,5% pessimistas que acreditam que seus negócios serão afetados e que a economia demorará muito a retomar.

As empresas devem se preparar para um “novo normal”, alerta o Diretor da Área de Estratégias da NBS, Robson Arena, fazendo referência a termo utilizado por El-Erian da Pacific Investment Management Co, que usava esse termo em 2009 após a crise de 2007 e 2008. Neste novo cenário os recursos de tecnologia remota serão priorizados para permitir que as organizações incorporem as lições aprendidas neste período, principalmente com as ferramentas de colaboração entre equipes de projeto, segurança da informação e a possibilidade de reformulação dos locais de trabalho.